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Descubra como foi a Origem da Cidade de Parnaíba em 1762

Você vai aprender neste artigo:

praça da graça de parnaiba

A origem da cidade de Parnaíba foi no Lugar Testa Branca.

A INSTALAÇÃO DA VILLA DE SÃO JOÃO DA PARNAHIBA EM 1762

Por Vicente de Paula Araújo da Silva

Você sabia que o nome de Parnaíba já foi Vila Monserrathe e Vila São João da Parnahiba?

Descubra agora com foi a Instalação da Vila de São João da Parnaiba

Conhecer as Origens é fortalecer a identidade e se fazer pertencente

Leia agora este post e seja uma das poucas pessoas a ter acesso a esse conhecimento nosso.

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O Papel das Freguesias na origem da cidade de Parnaíba

As freguesias tiveram importante papel no acompanhamento das penetrações dos currais para fixação da colonização portuguesa nos sertões do Piaui. As suas estruturas de funcionamento passaram a ser utilizadas pelas vilas, de acordo com a orientação dirigida pela política pombalina, que seria complementada com a ativação do comércio de bens produzidos na Capitania, e a devida cobrança de dízimos, o que geraria riqueza pra terra e principalmente para a Coroa. 

O lugar Testa Branca e a origem da cidade de Parnaíba

Exceto a Villa de São João da Parnahiba, as outras freguesias que passaram à villas na Capitania de São José do Piauhy, mantiveram as suas sedes onde existiam as matrizes das paróquias. A outrora Villa de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba, dada a sua situação geográfica e estrutura básica de comercialização existente com outras praças no país, foi escolhida para ser a sede da Villa, no lugar Testa Branca, próximo à barra do Rio Igaraçu no Atlântico.

NOSSA SENHORA DE MONSERRATHE DA PARNAHIBA
IGREJA DE NOSSA SENHORA DE MONSERRATHE DA PARNAHIBA Rua Duque de Caxias

Essa escolha deveu-se, ao fato, de que os representantes do Rei, ao fazerem diligências com vistas a coibir os abusos de poder paralelo na Capitania, constataram o desvio de riquezas, principalmente da região sul, para a Bahia, Pernambuco e Maranhão, com a condução de boiadas por rotas equidistantes da Capital, dificultando o controle administrativo e fiscal, pilares básicos para o pretendido desenvolvimento socioeconômico na Capitania, visando retorno financeiro para a Coroa.

Pecuária no Brasil e a Origem da cidade de Parnaiba
O ciclo do gado, na história do Brasil, o período situado entre meados do século XVI e o final do século XVIII

Diante isso, e mediante informações de que parte do gado da região norte era transportada para ser abatido no Ceará, incrementando o comércio de carne salgada e courama bovina com outras praças, através dos portos de Camocim e Jaguaribe, o governador João Pereira Caldas, entreviu viabilizar essa atividade na Capitania, interligando as fazendas dos sertões ao rio Parnahiba, e através deste ao litoral da Capitania do, donde, os produtos do abate de bois e agricultura, seriam exportados para outros centros consumidores, estimulando a economia interna.

A Indicação do Lugar Testa Branca como origem da cidade de Parnaíba

Origem da Cidade de Parnaíba “Lugar Testa Branca”

Foi através dessa intenção que entrou em cena a influência do Tenente-Coronel da Cavalaria Auxiliar, João do Rego Castello Branco, indicando o lugar Testa Branca, pois conhecia bem a região, já que era filho de João Gomes do Rego “Barra”, que fora Capitão-Mor da Villa de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba e proprietário de terras na Região da Parnahiba.

A Villa de São João da Parnahiba foi criada através da Carta Régia, de 19 de junho de 1761, mas, só foi instalada em 18 de agosto de 1762, num ato solene no ambiente da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Piracuruca, pelo primeiro governador da Capitania de São José do Piauhy, João Pereira Caldas.

Ata de origem da cidade de Parnaíba

 Naquela ocasião, o Governador mandou lavrar a ata que teve a seguinte descrição:

“Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos sessenta e dois, aos dezoito dias do mês de agosto do dito anno, neste lugar em que se acha a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo da Piracuruca, aonde vendo presente o Senhor Concelheiro do Concelho Ultramarino Francisco Marcelino de Gouvea, O Senhor Governador desta Capitania João Pereira Caldas, e o Dezembargador Ouvidor Geral dela Luiz José Duarte Freire, pelo referido Senhor Governador foi dito, que em serventia das Reais Ordens de Sua Magestade Fidelicima vinha herigir hum Villa, na cituação da dita Freguezia, que pelas pelo referido Senhor Governador foi dito, que em serventia das Reais ordens de Sua Magestade Fidelíssima vinha Erigir uma Villa, na situação da dita Freguezia, que pelas pessoas mais consideráveis dela fosse Elegida para a sua fundação, que devendo proceder a esta diligência, a eleição de sobre dita situação, ordenava aqueles dos referidos moradores, que sobre ela dessem os seus votos, e sendo estes sucessivamente tomados decidiu logo sobre dito Senhor Governador a fazer da pluralidade deles, determinando, que que a dita Villa fosse herecta no lugar que chamam dos Barcos junto ao Igarassu, que é brasso do Rio Parnahiba, depois de também nisto concordar sobre o dito o Senhor Concelheiro, de todo ordenou finalmente o mesmo Senhor Governador ao referido Desembargador Ouvidor Geral, se fizessem este auto, que ele mandou lavrar por mim escrivão, e ordenou depois com os sobreditos senhores Concelheiro, e Governador, com aquelas pessoas que na dita forma foram arremetidas a votarem, de que dou boa fé, eu Manoel Francisco Ribeiyro Escrivão das Comissões que escrevi.”

Pessoas que assinaram a Ata de origem da cidade de Parnaíba

Subscreveram a ata de instalação da vila, as autoridades legais da Capitania, os membros da 9ª Cia da Cavalaria-Auxiliar e outros moradores da freguesia, relacionados a seguir:

01 – Francisco Marcelino de Gouveia

02- João Pereira Caldas

03 – Luiz José Duarte Freire 

04 – Vigário José Lopes Pereyra

05 – Padre Antonio Rodrigues

06 – Manoel Ferreira Pinto Brandão

07 – Lourenço de Passos Pereira

08 – Rozendo Lopes Castello Branco

09 – João Lopes Castello Branco

10 – José Lopes da Cruz

11 – Felix José Pereira

12 – José Alves Vianna

13 – Manoel Maciel de Araújo

14 – José Antonio Pinto de Azevedo

15 – João José Rodrigues de Gomes

16 – Manoel Alves da Costa

17 – José Pereira Montaldo

18 – José da Costa de Oliveira

19 – Thomé Pereira de Araújo

20 – Manoel Pereira Dahlva

21 – Manoel Gonçalves de Matos

22 – Manoel de Souza Princez

23 – João Mathias da …

24 – Francisco Alves Anttunes

25 – José de Andrade

26 – Diogo Alves Pereira

Outrossim, para o funcionamento da mesma, foram escolhidas as autoridades para dois períodos:

Autoridades para administrar a vila na origem da cidade de Parnaíba

  •       Da instalação até o final de 1762:
    • Juiz Ordinário e de Órfãos: Diogo Alves Ferreira;
    • Vereadores: Domingos Barroso e José da Costa de Oliveira;
    • Procurador: Manoel de Sousa Guimarães.

  •      Já para o biênio 1763/1764, a administração municipal passaria a ter os seguintes cargos e titulares:
    • Juízes Ordinários e de Órfãos: João da Costa de Oliveira Pereyra e Francisco Freire dos Reis;
    • Vereadores: João Lopes Castelo Branco, Manoel Ferreira da Costa, João de Barros de Oliveira e João Fernandes Rodrigues de Queirós;
    • Procuradores: José Alves Viana e Antonio Gomes da Costa

Lugares que existiam na época da origem da cidade de Parnaíba

LUGARES E MORADORES NA REGIÃO DA PARNAHIBA EM 1762

Ainda em Piracuruca, na ocasião na instalação da Villa de São João da Parnahiba, em 18/08/1762, surgiu uma disputa pelo local onde funcionaria a sede da vila, visto que Alguns fazendeiros da região da Parnaíba, capitaneados por Diogo Alves Ferreira, defendiam a localidade “Cítio dos Barcos”, onde já existia uma estrutura de armazéns no ancoradouro.

O Governador não querendo desagradar as duas alas concorrentes, mandou erguer o Pelourinho, provisoriamente, no Cítio dos Barcos, enquanto, averiguava as reais condições dos lugares em disputa para a instalação da sede.

Na oportunidade, estimulou a construção de casas na Villa em instalação, mandando lavrar pelo Escrivão das Comissões e Diligências, ata assinada por fazendeiros e moradores da região de Parnaíba, na qual, os signatários, comprometiam-se em mandar construir prédios residenciais e administrativos na sede da nova Villa, que a priori iria funcionar no lugar Testa Branca, na beira do Rio Igaraçu, próximo ao oceano Atlântico.

Pessoas que iriam dá origem da cidade de Parnaíba

Subscreveram o documento algumas pessoas moradoras dos lugares constantes na relação a seguir:

01 – CHAPADA: Manoel Pinto Brandão e José Pereira Nunes;      

02 – OLHO D’AGUA: Rozendo Lopes Castello Branco, Lourenço de Passos Pereira;

03 – BURITI DOS LOPES: João Lopes Castello Branco, José Lopes da Cruz, André Coelho, Luiz de Almeida, Bartholomeu Vidal, Antonio Gonçalves dos Santos, José de Souza Lima, Manoel Gomes de Lima;  

04 – BURITY: Manoel Barbosa, Leandro Barreiros, Antonio Alves Monteiro;

05 – BURITY DE DENTRO: Antonio Gomes da Silva, Manoel Caetano de Souza e Izidorio Pereira;

06 – BURITY CERTEYRO: João Mathias da Luz e Alexandre Pereira de Noronha;  

06 – PACOTY: Diogo Alves Pereira;                                             

07 – JACARAHY DE BAIXO: José Alves Viana; Vicente Sodré Ribeiro com Antonio M. de Ciqueira;   

08 – ESPÍRITO SANTO : João Fernandes Rodrigues Queiros;   

09 – SÃO JOSÉ: José Antonio Pinto de Azevedo;     

10 – RETIRO VELHO: Felix José Pereira;

11 – FAZENDA ENGEITADO: Gaspar Luiz de Sales;

12 – FAZENDA SÃO LÁZARO: Antonio Gomes da Costa; 

13 – CONCEIÇÃO: José Pereira Montaldo;

14 – PIRACURUCA: Pedro de Sá e Silva;  

15 – FRECHEYRAS : Francisco Delgado;    

16 – SÃO DOMINGOS: José de Andrade Passos; 

17 – ILIÚS DE BAIXO: Manoel de Souza Guimarães;  

18 – SÃO CAETANO – Manoel Monteiro de Queiroz;   

19 – FAZENDA SÃO JOSÉ: José Garcez;

20 – ANGELIM: Agostinho Rodrigues de Carvalho;

21- COLUMINGUARA: Amaro Barbosa dos Santos;

22 – SÃO FELIX: João Rodrigues de Souza e João Bento de Souza;    

23 – GAMILEIRA: Luciano De La Roca;

24 – SÃO JOÃO: Gregório de Almeida e José da Costa Ferreira   

25 – SERRA DA COLUMINGUARA: Manoel Pereira Dalha com João da Rocha Dalha;

26 – CARAÍBAS: Antonio Dias e André Dias;  

27 – PORTO DAS BARCAS: Apolinário Godinho;  

28 – CÍTIO DOS BARCOS: João Cardoso e Manoel Lopes de Almeida;

29 -SALINAS: Francisco Ferreira da Costa;

30 – FAZENDA DA BARRA – Antonio Rodrigues;

31-FUNIL: – Alexandre Pereira Cabral;

31 – SANTA ROSA: Francisco da Cruz.                                                                                

Ver: 516-1762, Novembro, 30, Oeiras do Piaui (AHU-Maranhão, Cx. Nv. 864; AHU_ACL CU_018, Cx. 8, D.516).

Conclusão

Você acabou de saber como a cidade de Parnaíba teve origem, com a fundação da Vila de São João da Parnaíba.

Viu também que já existiam muitas pessoas morando em fazendas espalhas por uma vasta região.

Teve oportunidade de observar nomes e sobrenomes de pessoas e nomes de lugares que podem lhe remeter a memórias e a conhecer seus antepassados.

Espero que tenha gostado!

Aqui no nosso site tem mais histórias sobre a cidade de Parnaíba, acesse e saiba mais, AQUI!

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Fonte

Livro: História da Região da Parnaiba 1669 a 1799.
Livro: História da Região da Parnaiba 1669 a 1799. Peça o seu AGORA CLIC AQUI

Silva, Vicente de Paula Araújo.  História da Região da Parnaíba: 1766 a 1799. Villa Mont Serrathe de Parnahiba, Parnaiba PI: Sieart, 2011.

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