Personalidades da história da Parnaíba
Você talvez nunca tenha ouvido falar sobre Diogo Alves Ferreira
Foram muitos os personagens da história da região da Parnaíba que influenciaram na história da cidade
Ele foi Juiz, fazendeiro e dono da Igreja mais antiga do Piauí
Conheça agora a história de Diogo Alves e descubra qual foi sua contribuição para Parnaíba
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HOMENS QUE FIZERAM A HISTÓRIA DA VILLA DE SÃO JOÃO DA PARNAHIBA ENTRE 1759 E 1799
Por Vicente de Paula Araújo Silva
O período compreendido entre 1759 e 1799, foi marcado pela marcha progressista da região da Parnahiba até 1793, seguido por um período estacionário que findou no governo de D. João Amorim (1797-1799).
A economia da Villa era sustentada pela exportação de produtos advindos do abate de bois e gêneros da lavoura, principalmente algodão, através do porto da Villa de São João da Parnahiba.
As figuras que mais se destacaram nessas atividades econômicas, foram Diogo Alves Ferreira, José Lopes da Cruz II, João Paulo Diniz, Domingos Dias da Silva, Manoel Antonio da Silva Henriques, Simplício Dias da Silva [filho de Domingos Dias da Silva], Sebastião da Silva Lopes, Antonio Alves Ferreira Deveras e João Alves Ferreira de Veras [filhos de Diogo Alves Ferreira], e José Pires Ferreira [genro de João Paulo Diniz].
Conheça agora a história de Diogo Álvares (Alves) Pereira
Diogo Álvares Pereira, português nasceu em Braga. Marcou a sua presença na região da Parnahiba, pela ligação familiar existente com os portugueses, Coronel Domingos Ferreira de Veras e Thomás Ferreira de Veras, que, vindos de Pernambuco no princípio do século XVIII, estabeleceram-se inicialmente na região do Acaraú, e devido a serviços prestados a Coroa, foram fincando currais e sendo agraciados com terras margeantes aos rios Coreaú, Timonha, Ubatuba, Pirangí, Igaraçu e Portinho.
Domingos Ferreira de Veras
Domingos Ferreira de Veras, em 1724, contando 45 anos de idade e solteiro, estava morando na Fazenda da Salina, no vale do rio Ubatuba, conforme consta no documento do seu testemunho em favor do Cura Pe. João de Matos Monteiro – Padre Matinho, no processo da querela com o Jesuíta Padre João Guedes. Em 08/04/1743, em sua fazenda Tiaya, foram batizados alguns nativos da nação Tremembé, e em 15/09/1752, data da criação da Irmandade do Santísimo Sacramento, com sede na Matriz da Caiçara [Sobral], aparece com o seu sobrinho Diogo Alvares Pereira, como membro dessa confraria, conforme consta no livro Cronologia Sobralense, do Padre F. Sadock de Araújo.
Thomás Ferreira de Veras
Já Thomás Ferreira de Veras, estabeleceu-se na fazenda Curral Grande, situada na Freguesia de São José da Villa de Granja, nas proximidades do atual distrito de Estreito dos Martins, município de Granja. Contraiu matrimônio com Joana da Costa Medeiros, nascendo três filhas, das quais, duas casaram com seus primos vindos de Portugal, os irmãos Diogo Álvares Pereira e Domingos Álvares Pereira.
As origens da famíla Veras em Barra Grande
O casal Domingos Álvares Ferreira/Maria dos Reis Ferreira Veras, permaneceu no entorno da serra da Ibiapaba com o rio Ubatuba, povoando através dos seus descendentes, grande parte do norte cearense. Já Diogo Álvares Ferreira e sua esposa Francisca Thomázia Ferreira de Veras, resolveram estabelecer-se no úmido vale do Rio Pirangí (Pacoty), na região da Parnahiba, zona de influência da família proporcionada pelo seu tio Coronel Domingos Ferreira de Veras.
Os Negócios de Diogo Álvares Pereira
Após fincar currais nessa região, conhecida como Parnahiba, Diogo Álvares Pereira, estabeleceu-se na margem do riacho Pirangí (Pacoty), donde passou a materializar ganho econômico e prestígio político, com a criação e venda da carne salgada, courama e produtos advindos do gado abatido em suas fazendas. Para tal fim, mantinha um dos cinco armazéns de carne salgada no lugar Cítio dos Barcos, próximo à barra do Rio Igaraçu, de onde os produtos do gado abatido anualmente, eram levados para outras praças no país.
Diogo Álvares o Juiz de órfãos da Villa de São João da Parnahiba
Em 1762, por ocasião da instalação da Villa de São João da Parnahiba, foi qualificado como casado, morador no lugar Pacoty, atualmente, município de Cocal (PI), quando, já era abastado fazendeiro. Daí ter sido alçado ao cargo de Juiz de órfãos da Villa de São João da Parnahiba.
Diogo Álvares o dono da Frecheiras da Lama
Durante o Governo de João Pereira Caldas, gozando de muito prestígio, recebeu benesses para si e sua família, destacando-se entre elas, concessões de terras, como Camorupim de Cima e Santo Higino, que passaram a integrar o seu patrimônio na região da Parnahiba, a partir da Serra da Ibiapaba, na faixa compreendida entre os rios Camorupim, Pirangí e Igaraçu.
Dentro desse espaço geográfico está situada a localidade Frecheiras da Lama, onde existe a capela de Nossa Senhora do Rosário, que em 1781, foi por ele edificada na forma atual, tendo na sua fronte a data de 1616, desafiando os historiadores a confirmarem a sua autenticidade.
Atualmente, esse marco histórico da existência áurea da economia do gado na região da Parnahiba, nos séculos XVIII e XIX, está em posse de um descendente da família.
Diogo Álvares o Juiz Ordinário da Villa
Em 1779, era Juiz Ordinário da Villa, quando assinou o documento solicitando a franquia do Porto da Parnahiba, para fazer o percurso Parnaíba-Lisboa direto, sem aportar no porto de São Luís, no Maranhão, bem como, a criação de uma alfândega na Villa de São João da Parnahiba.
Na carreira militar, foi Alferes, Capitão-Mor de Ordenanças e mestre de campo do Terço de Cavalaria Auxiliar na Villa da Parnahiba.
Os filhos de Diogo Álvares
Os seus filhos Antonio Álvares Ferreira Deveras e João Álvares Ferreira de Veras, deram continuidade aos seus negócios e gozando de prestígio na Capitania, ocuparam postos de oficiais militares. O primeiro arrematou contratos de dízimos, na Villa de Marvão e noutras, em sociedade com Sebastião da Silva Lopes.
O seu outro filho João Álvares Ferreira de Veras, em 1793, era Sargento-mor do Terço de Cavalaria Auxiliar da Villa da Parnahiba, e em 1796, após ser confirmado como capitão do mesmo Terço, foi nomeado Capitão da Barra da Villa da Parnahiba. Ainda hoje descendentes da família Ferreira de Veras têm influência política nas regiões norte dos estados do Ceará e Piauí.
Conclusão
Aqui neste post você conheceu mais uma história sobre de um dos personagens que influenciaram na formação da cidade de Parnaíba.
Você deve ter percebido como se estedia as teias do poder na sua época. Como as relações ia constituindo entre as famílias poderosas da época.
Aqui no site você encontra outros personagens e ao conhecê-los você vai perceber a formação da rede de influências que constituiam o poder local.
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Fonte
Silva, Vicente de Paula de Araújo: História da Região da Parnaíba de 1669 a 1799: Villa Mont Serrathe de Parnaíba: Sieart, 2001.