A História de Coronel Pacífico
Introdução
Em Parnaíba, no Bairro São José, existe uma rua que leva o nome de Coronel Pacífico, uma figura notável da história local e um herói da Guerra do Paraguai. Se você já se perguntou quem era o homem por trás desse nome e por que uma rua leva seu título, este artigo trará a resposta a essas perguntas. Coronel Pacífico da Silva Castelo Branco é um personagem fundamental na história da cidade de Parnaíba, e sua vida e legado merecem ser conhecidos.
A Vida do Coronel Pacífico
Nascido na fazenda “Contente”, município de Livramento, hoje José de Freitas, no dia 6 de janeiro de 1829, o Coronel Pacífico da Silva Castelo Branco era filho do Tenente Estevam Lopes Castelo Branco e D. Lina Rosa de Jesus. Ele casou-se três vezes e teve onze filhos, alguns dos quais se formaram em Direito e Medicina, enquanto outros se tornaram fazendeiros bem-sucedidos.
Contribuições para Parnaíba
Após mudar-se de União para Parnaíba, o Coronel Pacífico dedicou-se incansavelmente à sua cidade adotiva. Com sua inteligência e recursos, ele desempenhou um papel fundamental na política local, ocupando posições proeminentes, como chefe do Partido Liberal, Vereador, Vice-Presidente e Presidente do Conselho Municipal em diferentes períodos legislativos. Sua influência e prestígio político eram inegáveis, mas o que o tornava verdadeiramente notável era seu espírito abolicionista.
Embora fosse dono de várias dezenas de escravos em sua casa-senzala e em suas fazendas de gado às margens do rio Parnaíba, o Coronel Pacífico tinha convicções abolicionistas. Para demonstrar seu compromisso com a causa, em seu aniversário, 6 de janeiro, ele costumava alforriar dois de seus escravos, aqueles que demonstrassem melhor comportamento ao longo do ano. Seu gesto demonstra sua visão progressista em um período em que a escravidão era amplamente aceita.
A Guerra do Paraguai
O Coronel Pacífico recebeu um convite honroso do Presidente da Província, Dr. Franklim Américo de Meneses Dória, durante a Guerra do Paraguai. Ele foi convidado a comandar um Batalhão de Voluntários da Pátria, composto por 468 praças, que seguiria para o teatro das operações. Aceitando a missão com orgulho, ele partiu para o campo de batalha.
As forças brasileiras se destacaram na Guerra do Paraguai, conquistando vitórias e retornando ao Brasil com glória. O Imperador Dom Pedro II, reconhecendo o heroísmo do Coronel Pacífico, o recebeu com honras e expressou seu apreço, “abraçando, apertando longamente contra o seu coração de soberano e patriota”. Para o Coronel Pacífico, esse gesto significou a recompensa por todos os sacrifícios feitos em nome da Pátria.
Legado e Reconhecimento
Apesar de sua atuação no Exército, o Coronel Pacífico preferiu retornar a Parnaíba para administrar seus negócios. No entanto, em reconhecimento por seus serviços à Pátria, ele recebeu o título de brasileiro da Ordem da Rosa de Dom Pedro II em 1868. Além disso, ele manteve sua posição como Coronel da Guarda Nacional, uma instituição que desempenhou um papel importante na defesa da constituição e na manutenção da ordem pública durante o Império.
O Coronel Pacífico faleceu em uma de suas fazendas às margens do rio Parnaíba em 26 de março de 1888. O enterro foi narrado por Humberto de Campos em um conto chamado: O Caixão de Tereza. Seu corpo foi transportado para Parnaíba, onde está sepultado no Cemitério Igualdade. No entanto, seu túmulo, quase em ruínas, não faz jus à importância de sua contribuição para a cidade e o país.
Conclusão
Coronel Pacífico da Silva Castelo Branco é um exemplo notável de um líder político, patriota e abolicionista. Sua vida e legado são dignos de reconhecimento e preservação. A rua que leva seu nome em Parnaíba é uma homenagem a um homem que fez a diferença em sua comunidade e em sua nação, e sua história merece ser lembrada e celebrada.
FONTE: História do Coronel Pacificio da Silva Castelo Branco. Almaque da Panaíba de 1935. Acesse Aqui!
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