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Praça da Graça de Parnaíba: o coração histórico da cidade, reformada em 1979

Você vai aprender neste artigo:

Praça da graça de Parnaiba

Praça da Graça de Parnaíba é um dos lugares mais importantes e históricos da Cidade.

Você não conhece nada da história de Parnaíba?

A Praça da Graça é o lugar para começar a conhecer essa cidade belíssima.

Além de ser o coração da cidade, foi lá onde tudo começou, aqui tem muita história.

Comece agora mesmo lendo este post, você vai se surpreender e ficar encantada(o).

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Praça da Graça é um dos lugares mais importantes e históricos de Parnaíba. Foi aqui que a catedral foi construída, e de onde a independência do Brasil foi propagada para toda a região. A praça é um ícone da cidade e continua sendo um lugar importante para os moradores.

A Praça é o Marco Zero da urbanização da cidade de Parnaíba.

Marco Zero da Cidade de Parnaíba
Marco Zero da Cidade de Parnaíba

Olá, obrigado por está aqui no nosso site!

 Vamos conhecer neste post um pouco da história de Parnaíba. Aqui é apenas o começo de muitas outras que estão intimamente ligadas à Praça da Graça.

Vamos nos apoiar em um livro escrito pelo jornalista Caio Passos, um cearense de Viçosa que viveu em Parnaíba e muito contribuiu para a educação desta cidade.

O seu Livro: Cada Rua, sua história; é rico em detalhes sobre a história de Parnaíba, publicado no ano de 1982.

Com este post também quero prestar homenagem a Caio Passos, e destacar sua importância por deixar esta obra de arte para a história.

Sem este seu livro jamais saberíamos detalhes de um passado que está vivo na memória de quem viveu e que pode se perpetuar para quem o ler agora ou no futuro.

Então vamos lá!

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PRAÇA DA GRAÇA DE PARNAÍBA por Caio Passos, Coração da cidade!

Ao alvorecer da vila de São João da Parnaíba, em 1761, localizada no “Testa Branca”, a atual e bela Praça da Graça era a simples Lagoa da Onça, onde as canoas deslizavam sobre as suas águas barrentas.

A sua história vem de muito longe; vem da recuada época de Domingos Dias da Silva, português de fabulosa fortuna, das charqueadas do “Porto das Barcas” que tanto esplendor deu à vila que nascia cheia de esperanças para mais tarde ser a grande e majestosa Parnaíba de hoje.

Gustavo Barroso, ex-Diretor do Instituto Histórico Brasileiro, afirmou com a sua autoridade de notável historiador, que a Igreja de Nossa Senhora da Graça de Parnaíba, foi levantada com “riqueza e imponência” por Domingos Dias da Silva, em 1770.

Igreja Nossa Senhora da Divina Graça de Parnaíba
Igreja Nossa Senhora da Divina Graça de Parnaíba

Com o falecimento de Domingos Dias da Silva, em 16 de janeiro de 1793, coube ao seu filho Simplício Dias da Silva, o término da construção da suntuosa Igreja.

Assim, concluídas as obras em 1795, foi solenemente transladada a bela imagem de nossa Excelsa Padroeira Nossa Senhora da Graça, da Matriz de Piracuruca para a Igreja dos Dias da Silva, hoje elevada à categoria de Catedral por ser Parnaíba sede de Bispado.

Em frente à Igreja havia um lindo Cruzeiro, obra de arte com Cristo Crucificado, onde os fiéis oravam, pagavam promessas, acendiam velas e depositavam fitas e flores.

Um dia, este belo e artístico marco histórico-religioso de nossa terra, foi destruído, impiedosamente, por imposição do progresso, este terrível inimigo da tradição.

Era chamado, no passado, de Largo da Matriz. Anos depois, o erro foi corrigido passando a denominar-se Praça da Graça.

Quem conheceu em tempos idos, a velha e querida Praça da Graça, sabe que hoje, ali resta quase nada dos seus primitivos alvores.

praça da graça de parnaiba
Praça da Graça de Parnaíba, com suas casinhas simples (IHGGP, sem data)

A sua edificação está totalmente modificada.

As suas casinhas modestas foram substituídas por prédios modernos e suntuosos. Até o seu ajardinamento sofreu completa e radical reforma por parte do Poder Público, dando nova paisagem urbanística ao velho logradouro do tempo do coreto, com as suas tradicionais retretas, com a Banda de Música Municipal, sob a regência dos Maestros Carlos Souza e Almir Araújo.

E a mangueira bem em frente da casa de residência de Fausto Fernandes Basto, hoje local ocupado pelo prédio do antigo “Cine Gazeta”, também tem a sua história pitoresca; recorda uma página de saudade que, em síntese, vamos revivê-la.

Praça da Graça
Praça da Graça

Era frondosa; a sua imensa e acolhedora sombra servia, na época, de ponto de reunião dos motoristas de praça, também era ponto de convergência para palestras e discussões políticas.

À tarde, quando o crepúsculo começava a envolver a cidade, nas dobras do seu lençol, os pássaros, em algazarra, soltavam os seus últimos cânticos em despedida do dia que ia se findando.

E a secular mangueira ia cumprindo, em silêncio, o seu destino histórico.

Era a confidente de muitos segredos, de muitos amores trocados, às vezes, nas caladas da noite. Sempre impassível e majestosa, sacudindo ao vento, as suas folhas, dando os seus frutos saborosos à gurizada e dando conforto e alegria aos transeuntes da velha Lagoa da Onça.

Um dia chegou o seu martírio, a sua cruel imolação como intrusa do progresso, inimiga do urbanismo.

O calendário marcava 10 de junho de 1932.

Manhã fria, como se a própria natureza estivesse chorando, os machados, sem dó e sem piedade, diante dos olhos atônitos dos seus “habitués”, cortaram-lhe os galhos, arrancaram-lhe o tronco imenso e conduziram-nos ao fogo impiedoso, como os antigos bárbaros cremavam os mártires do cristianismo. Era mais um marco que desaparecia do cenário da cidade. Até os poetas choraram!

R. Petit, consagrado poeta que aqui viveu por muitos anos, deixando nos jornais e no “Almanaque da Parnaíba” o traço de sua inteligência e do seu fino sabor literário, deu-nos esta página de saudade: A MANGUEIRA DA PRAÇA. Vamos recordá-la:

A MANGUEIRA DA PRAÇA da Graça de Parnaíba

Ante a luz fraternal de uma manhã de junho,

Manhã doce, sútil, fria e doirada.

A mangueira real foi destronada!

Para erguer-se um jardim, mimo de graça,

No trecho abandonado de uma praça,

Foi preciso tombar a golpes de machado,

Partir em toros para nunca mais,

Essa bela e ciclópica mangueira

Onde as aves compunham madrigais.

E a mangueira garage, em plena majestade,

Esse ídolo dos “chauffeurs” desta cidade,

Fada do bosque a semear carinhos, Mangueira pavilhão.

Teatro original dos passarinhos;

Essa árvore frondosa e hospitaleira,

Velho oásis dos nossos transeuntes

Nas horas de terrível soalheira.

E a mangueira do tempo do cruzeiro

Erguido quase em frente da Matriz,

Das barracas banais do mês de maio, Da casinha “mignon” do Zé Luiz.

Da praça iluminada a querosene,

Sem jardim, sem coreto, sem vaidade,

Da “Lagoa da Onça” onde os meninos

Corriam seminus, em liberdade!

Relembra essa mangueira histórica e querida.

Uma folha do livro do passado

Que o progresso rompeu para não ser mais Ilda

Que essa paisagem fique em nossa mente

Mas que é do cunho da realidade,

Agora, unicamente, há de ser vista através da penumbra sonolenta

Do velho cosmorama da saudade’

Os homens, como as coisas, todos têm

O seu destino fatalmente impresso,

Tal como essa mangueira majestosa Hoje imolada em nome do progresso

Independência do Brasil na Praça da Graça de Parnaíba

Praça da Graça berço da Independênica na região
Praça da Graça berço da Independênica na região

A Praça da Graça também foi palco do fato mais notável registrado nos anais da história do Piauí, com as glórias para Parnaíba.

Foi o grito de independência dado em frente à Igreja, em 19 de outubro de 1822, por Simplício Dias da Silva, João Cândido e seus denodados companheiros, quando aclamaram entre vivas e palmas o Príncipe Dom Pedro I, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

E para você que queira mais informações, foi feita uma análise das transformações urbanas através de desenhos da Praça da Graça, pelas pesquisadoras Meireles, Isis; Afonso, Alcilia; Magalhães, Aracelly.  Para ter acesso a todo o estudo é só acessar o link a segui. (Análise das tranformações urbanas através de desenhos: o caso da Praça da Graça – PI)

Nessa análise percebe-se que o traçado inicial da Praça era constituído por dois logradouros, Largo da Matriz, defronte à Igreja de Nossa Senhora das Graças e largo do Rosário, defronte à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos pretos, separados por uma importante via, atualmente extinta, a Rua da Glória. Criado ainda nos anos 20, foi incorporado a extensas áreas verdes gramadas e caminhos semicirculares entrecruzados, componentes do projeto.

Jardim do Rosário e Largo da Matriz
Jardim do Rosário e Largo da Matriz (Meireles, Isis. 2016)

O Largo do Rosário apresenta menores dimensões que o largo da Matriz e observam-se dois espaços em suas extremidades onde funcionavam postos de gasolina. No largo do Rosário, o traçado era de múltiplos caminhos, semelhantes a um labirinto, que transformam a travessia em local de encontro.  

A praça foi totalmente modificada, causando assim, uma espécie de ruptura na memória dos seus conhecedores mais antigos.

Reforma da Praça da Graça
Reforma da Praça da Graça

Rupturas da Memória

Veja agora como se deu essa reforma, observando o trecho extraído da pesquise de  análise da Praça.

As rupturas mais intensas na paisagem urbana estudada ocorreriam a partir do governo de João Batista Ferreira da Silva. Eleito prefeito em 15 de novembro de 1976, governando até 1982.

Recebeu a cidade com os logradouros públicos bastante deteriorados. A Praça, que anteriormente já havia sido uma das mais belas, encontrava-se em situação precária de uso ou de proporcionar lazer à população. Era iminente e necessária uma grande reforma.

Partindo dessa necessidade e sem recursos para ser executada pela administração municipal, o prefeito firmou um convênio no valor de seis milhões de cruzeiros em 1979 destinados à reconstrução da praça com o Governo do Estado.

Conclusão

A Praça que representava e incorporava a identidade local, agora era estranhada, não mais simbolizava  o passado marcado nas memórias. Começaria a ter uma nova significação para as gerações futuras desligada das memórias das antigas gerações.

Conhecer a história local é mais que uma obrigação em um mundo globalizado, como pertencer a esse mundo sem se conhecer?

O mundo de lá, começa do lado de cá! E se o mundo é redondo, o fim do mundo termina no seu começo.

E assim se faz necessário que se relebre sempre o passado, para que não se perca a identidade. E para que não nos tornemos tão vulneráveis aos modismos passageiros e fúteis de um mundo em transformação sempre.

Praça da Graça Parnaiba 2023
Praça da Graça Parnaiba 2023

Hoje, a praça apresenta um aspecto moderno e ganhou recentemente uma estátua do Coronel Simplício Dias.

Imagem de Simplício Dias na Praça da Graça
Imagem de Simplício Dias na Praça da Graça

Espero que tenha gostado!

Caso tenha interesse em compartilhar imagens e mais informações, deixe seu comentário!

Veja mais postagens do site sobre outras categorias do site conhecaparnaiba.com.

Fontes

Cada Rua, sua história. Passos, Caio, S/Ed. Parnaíba. 1982.

Meireles, Isis; Afonso, Alcilia; Magalhães, Aracelly. Análise das tranformações urbanas através de desenhos: o caso da Praça da Graça – PI. A: Seminario Internacional de Investigación en Urbanismo. “VIII Seminario Internacional de Investigación en Urbanismo, Barcelona-Balneário Camboriú, Junio 2016”. Barcelona: DUOT, 2016. 

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4 respostas

  1. Parabéns excelente artigo, muito importante a preservação dessa memória , bom trabalho

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